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domingo, 22 de março de 2009

A Morte Prematura


"O Sètimo Selo", Bergman











Caminhando astuta sobre túmulos vazios
Lá vinha a morte prematura em golpes de misericórdia
Os cordiais espíritos vagando às trevas de ar impuro e terreno
Consolavam-se às escrituras lapidais:
Aqui jaz aquele homem
Adiante jaz uma mulher
O anjinho recém-nascido...

– Nossa, quanta gente morta!

Vestida de preto, com seu lendário machado
A criatura ancestral rondava impávida, ansiosa por novas vítimas
“Que solidão morrer nessa hora...”
Os espíritos se divertiam sobrevoando coroas de flores
(Algumas ainda bem fresquinhas) O sol se punha, e então
Sentimentais que eram (“Ai, que saudade do meu benzinho”)
Punham-se a chorar, os espíritos
“Ó, quão surpreendente é a morte
E sobrenatural”
Ela, a morte, nem aí: só deu tempo de o padre benzer o infeliz
Que expirou feito vaca com a lâmina no peito!

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