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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Prisioneiro do Sexo

Com Mano, ex-Alma de Borracha












Prisioneiro. Metade homem, metade prisioneiro. “Mas de quê prisioneiro, meu” – meus amigos não acreditavam que fosse eu metade homem metade prisioneiro.

“Meu caro Sebage, não estais exagerando?” No, no estoy exagerando. Yo soy de facto (no de derecho, claro) un prisionero del engaño. Prisionero del sexo, entiendes? “No, no existe…” Ma come che no existe, come che me dice? “Isso é loucura.” (Estes são os meus amigos).

Oh, aquela balada cortando meu pulso, você ali do lado gemendo, depois a canção como uma cobra, sibilando. A maior pancadaria, está bem, pode vir agora. (Foi uma guerra, meus amigos pensam que tudo isso é, apenas, literatura).
– Ó idolatria, amore... Amore! Todo esse musgo, ervas daninhas, milhares de malvadinhas, ó, quantos golpes traiçoeiros!

“Credo, não estais mesmo a imaginar tais vis loucuras, caríssimo?” Duvideis de minha obsessão e enxergueis a paixão somente nos filmes de Visconti? “Pero, el mancebo eres tan distinto, no? Tan rico, tan gentil, e parece calmo, eres de tal manejo delicado, habla tanto de tanto amore per te, queridinho, que se pasa? Ele fala tão manso de ti.”

– Malogro, dissimulação, desfaçatez! O diabo tem uma vocação, vocês não sabem da missa um terço: Dionisos preso no inferno, não acreditam, não é? Mas eu o amo até hoje.