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segunda-feira, 30 de março de 2009

Nunca houve uma Atriz como Dina Sfat


Dina e Paulo José 'Macunaíma' Joaquim Pedro de Andrade














Sinais de fama
No peito arfante
E a voz que clama
No horizonte
Dum céu cinzento e gelado
E sua dulcíssima alma
E tanta vida
E toda sua via santíssima
Ó virgem deflorada
Na noite do romance
– Não há outra como ela
Talvez
Houvesse um outro
Zé Celso
Jean Genet
Um michê ta custando 250
Aqui nas Astúrias
“Eu te amo
Eu te quero”
Ó deus
Quantas vezes ela disse isso
– Eu te amo
Eu te quero
Nunca mais
Ela parte
Eu espero

Decálogo


"O Evangelho segundo São Mateus", Pasolini










1 Água e vinho
2 Valei-me Jesus Cristo
3 Anjos do arrabalde
4 A lua deixava seus cabelos prateados, eles brilhavam molhados à beira do rio
5 Fama e glória
6 Eu estou apaixonado por você
7 Santos e Silvas
8 Juventude transviada
9 Levava uma vida dos diabos, comia mal, não ia ao cinema, e de noite chorava as penas no canavial
10 Os crimes da rua Cuba

Navio Negreiro


"Nosferatu", Herzog


















O navio é negro
A dor e o desespero viajam aladas
Rumo aos céus
É escuro, o céu está escuro
E a mentira com eles: navegando
Boiando: na penumbra dos restaurantes, banheiros...
Perto das cabines
O assassino espreita
No esgoto, driblando o mar
Breu, o mar é breu


Com Cris Braun e Van Silva, Maceió, Teatro de Arena, 2006, foto: Pablo De Luca








Do livro (inédito) "Versos Cósmicos e Religiosos"

Estou no ponto, como se diz, em ponto de bala, pronto pro ataque, bem, eu só estou passando o tempo, enquanto me acalmo, firme, forte, esperando vocês.


A coisa melhor do mundo é ter alguém

A melhor coisa do mundo é não ter ninguém

Amando a si mesmo, sozinho (Eu sou assim)

É, acho que sou assim


Que importa, não me-arrependo

Patti Smith que ama Rimbaud


Arthur Rimbaud


















Patti, com Mapplethorpe


















Aqui estou eu, sangrando. Podia estar viúva, ou podia estar morta, ou de qualquer outro jeito escondida por trás das grades da cama. O jovem Rimbaud me espreitando com um sorriso no rosto, outra vez o poço da paixão. Nos olhos, uma lágrima de cristal: eu aqui, no quarto, tentando recompor a visão e o coração esfrangalhados. Ele entra e senta na cama, as bochechas rosadas, a barba ralinha, o ar gentil. Acho-o sexy como o diabo. “Como isso aconteceu?”, ele pergunta. Mostro o meu coração e o sangue nas pupilas: um sonho de Rimbaud. Ele treme de medo, eu o acuso, ele chora aos meus pés, anjo bárbaro, eu o amo tanto. Ele me lambe a mão, eu me acalmo.