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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Noites Felinas


Flyer do show em homenagem a Wanderléia; foto, Cláudio Pedroso

















Claudia Wonder transforever: A Lôka, 2002








What to write when all that there is to write is nonsense, but the time for nonsense has just arrived? Moi, ah, c’est ça. La perfecte façon de rien. Quand je bien vu la eternellement jollie de vivre... Tomber... Aber was will ich inswischen euch? Nichts.

(De um jovem funcionário do Comércio Exterior, bêbado no meu apartamento – não sei a tradução do alemão, não traduzo nada, pois).

Silêncio. Silêncio, por favor, sua voz me desconcerta! Eu estou cheio disso, meu ouvido não é penico, pare com isso!

(Ora, os caras não se enxergam aos 25, nem aos 35 ou aos 70, por que eu vou sofrer? Estanquei o meu pranto e parei com isso, parei com a dor, os meus olhos claros, não se trata de indiferença, mas de decência).

Mon amour, um corpo é um corpo, e ilumina. É bom isso, é bom que ele esteja lustrado. O espírito é o espírito, o corpo é o templo do espírito, ah, não venha me dizer...

Na hora do gozo, está bien, está bien, ficamos imunes, ficamos invictos. Você vai embora e não descobre nada, nem eu: eu fico aqui, cego, como sempre. Vazio.

Nomes


Com o meu amigo Moisés, a foto acho que é de Ana Komel (Moisés, confirma!)
















Nome de deus, nome dos homens
Todos os homens têm – e deus também
Um nome dos homens de deus no além
Nome do homem que vai pro céu
O nome do ex-diabo: se é que se pode assim deixar de sê-lo
O diabo
Talvez não fosse o diabo, mas o nome
Nome de homem que se foi com o demo
É ele, é ele o diabo?

Credenciais







Mentecapto
Abstrato, covarde
Irascível – inexato
Monárquico fausto
Melodramático estúpido factum

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Aliança


Santa Rita da Lôka e Angel, Sampa, os anos 1990 (a foto é minha, of course)








Feitos um para o outro. Quero-te amante total sem igual, sem barreira (para o sexo) ou fronteira para o amor: desejando-me, começando a me amar, ó, queira-me, deixa-te seduzir. Amore. Minha luz, minha fortuna, minha cruz, doravante sou-te próprio ao desejo, ao teu apego espontâneo, mas que estranho, estamos com medo? Muito que aprender, considera isto: somos únicos, exclusiva forma de dar e ganhar, casamento raro, sendo assim, desafio a tua esperteza: não sabes nada de mim, mas, vamos aí: É nóis!

As Desgraças do Casal (Conversa de Botequim)


Com Alessandra, no club B.A.S.E., São Paulo, anos 1990






Defendo a dívida do leito
Àquela com quem se dorme e a quem se paga
Uma donzela há de pagar mais de uma vez
Pelo leito em que dormiu
“Se dormiu sozinha fica mais barato”

Glória de quem dorme sozinho
Pois a taxa é mínima
E não paga os desgostos do acasalamento
Vivi assim (acasalado) mais de uma vez, anos a fio
E é o que eu digo
Não vale o que pesa o rescaldo
O troco é baixo
A cama quebra

À Moda Antiga


Com Adriano Lima e João Paulo, participação no show do Alma de Borracha, Teatro Sesi, 2007, foto de Ellyo Rios




Sereníssima paz lembrando desse novo doce amor: talvez ele seja de verdade, sinto-o nos meus sonhos, ao acordar e ao desfalecer quando estou, assim, começando a inventar os personagens e dar a coloração (o tom) das minhas histórias do sono... Você aparece toda vez que cerro os olhos: acho que sei como entrar na sua vida, é o que eu vou fazer: chegar junto e dizer, “eu te amo, eu te quero”.

Tempo, Tempo


Sebage, aos 25, praia do Francês, foto de Vinicius Lopes









Gente como eu antecipava os fatos, ou senão os criava, pois, de imediato, isto aqui é pura imaginação: a possibilidade de construir o mundo, e os exercícios diários do cérebro em rede e o corpo decaindo: isso vale para todos os homens, um menino de 25 anos é, já, a mesma coisa... Então escreva poemas e pense: Antes dos 50 eu conseguirei, mas é uma questão de tempo: agora tenho muitíssimo menos e sei o que posso fazer, e o que não posso mais.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Paixão Nº. 2.365


No Villagio (Bixiga), com Moisés Santana: homenagem aos Secos & Molhados, 1999






Às vezes sou um grosso, mas nunca, nunca com você, jamais baterei em você, esqueça aquela mulher e o passado, vamos juntos pro Rio no Carnaval, do que você pode se queixar?

– Essas noites na paulicéia, atrás de um fruto, de um gajo, de um puto. Música em todos os lugares, à noite, as criaturas de nada, os amigos que eram tudo. Sexo, poesia no hall do teatro: “Um dólar da sorte”. A estrela nua e velha, linda assim tão velha, tão maluca. Te quiero, te quiero, compreendes, te quiero, sin compromissos, no? Ir à missa aos domingos, depois ao bar, às vezes Camões.

Poesia como gotas de sal, as dunas do Ocidente. Trópicos. Role pela areia. “Um dólar pelo seu beijo no meu quarto”, não, não se trata disso. Eu te daria muito mais. (Passion).

terça-feira, 5 de maio de 2009

As Drogas


Ginsberg


















As drogas, os cientistas sabem usar, Freud, Timothy Leary, os artistas, melhor policiar. Mas os poetas, caras como Ginsberg, eles têm o poder. Muitos se perdem na loucura ou morrem muito cedo. Norman Mailer sabe, eles todos conhecem de perto: a luz dos olhos de deus! E eu, serei mais forte do que os ricos e os ateus?

Mui Amigos


Em Barretos... Rock sertanejo!








“Onde tiro a roupa?” Olha, por mim, você tira aqui mesmo, é o meu quarto.
E lá estava você, me mirando, de cócoras, de manhãzinha, eu meio dormindo meio acordado, e nenhuma peça havia você tirado.

Não sei por onde valho, mas não me lanço por baixo. Amar é como um jogo de dados, e daí? Só não me desvencilho da honra, do meu humor célebre, ah, como o diabo, como a vaca magra, “eu te amo”.

Yo quiero ficar contigo, você quer, você quer ser meu íntimo amigo?
Quer, quer? Não é uma vaca, nem uma pata, nem é Marta: sonho de Via Láctea, aquarianos.