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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pronto pra Tudo

Eu estou pronto pra tudo. Esquecer o passado e continuar seguindo por esse longo e cimentado aqueduto que é a minha trajetória de vida (econômica, familiar, social, literária, religiosa) desde que nasci e desde aquela primeira vez que peguei o lápis e o papel e então comecei a escrever.
Como se eu já soubesse (antes mesmo de aprender a ler e escrever) e só agora estou pronto – calmo e disposto. Sempre estive perto dessa coisa, observando a luz que vinha de fora, os pequenos vagalumes piscando no terraço escuro, o centro de tudo rodando até um ponto vago do meu próprio universo interno e pessoal. Uma boa imagem – o reflexo de um passado, de uma infância, de desejos sagrados e da fera espreitando no mato pra me tomar de assalto, a bela...
Eu sempre soube do perigo – e como isso era a própria vida, quer dizer, intrínseco a ela. Não posso reclamar de nada, nem das maldades, do chute na bunda enfim, o que importa é o aqui e agora e você estar vivo. Olhando os vagalumes lá fora, o vagabundo comendo as suas custas, todo mundo rindo de você e a cidade um lixo. Mas você continua vivo. Então ponha as mãos pro céu e diga suavemente. – Aleluia.