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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Herói

















Aqui está o herói. Basta dessa conversa de maldição e obsessores. Desse horror de noites frenéticas e de tardes melancólicas devastadoras. Segurei o destino pelos chifres: – Belzebu! Pisei-o, chutei-o no olho e nas virilhas. Depois cuspi na cara dele. Belzebu. Já era. Dei um pulo e saí voando, com a minha capa azul inflamada.

Proteção


Dafoe, 'A Última Tentação de Cristo'











Então. Nesses brancos obsessivos em que eu não sou mais eu, assaltado que fora por algum espírito petulante e desalmado, nesses momentos – às vezes horas seguidas – eu devo estar me conduzindo por um sopro de vida, que é deus, ainda, eu creio, em meu coração, e que me leva ao acaso pros braços de N. Senhora.

Caveira





















Isso que está acontecendo comigo, como explicar? Apagão da memória, mas o que é isso? O que foi que eu fiz das 4h às 6h da tarde, que louco, não lembro nada. Meu cabeleireiro diz que o exu baixou. Começo a acreditar nele. Exu baixou e tomou conta. Uma hora estou bebendo com os amigos, o exu vem e eu não sei mais de nada. Não sei quem toma conta deste corpo – não sou eu. Da última vez, falava inglês fluentemente, e eu não falo o inglês assim tão bem. Nem me lembro disso: eu sonhei, tento voltar ao corpo, mas ali está ele, possuído: não sou eu.
Um amigo disse que fico “agressiva” – assim, possuída. Que coisa. Pombagira! Vou ver o que os caboclos têm a dizer. E o analista, cruz credo!