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quarta-feira, 18 de março de 2009

A Via Crucis


Duas cartas do Tarô. O Enforcado, a via crucis, virando-se de ponta-cabeça, posicionado a um outro ângulo – diverso e oposto –, redirecionando a visão habitual, bitolada e acomodada ao velho desgastado e arcaico modus vivendus, necessitado de mudanças, prestes a renovar-se: o sacrifício voluntário do sofrimento de estar pendurado pelos pés, mas, ao mesmo tempo (vire a carta), feliz, como um bailarino de pernas cruzadas fazendo o 4. Da lei ninguém escapa, cresça, a inversão do ponto de vista traz conhecimento: o atrito da pedra ralando a pedra que bota fogo, o homem que faz nascer o fogo. A outra carta. Rei de Paus, perfeição de espírito em movimento, paus dos paus, o rei, o homem, o ser humano criativo, a persona viril e a Natureza: a força e plenitude do trabalho mais do que abençoado, e a magnitude da criação: o empreendimento (majestosamente) honrosamente realizado, o homem condecorado e tornado mestre, um jovem rico e sábio, e humilde, posto que seja livre e nobre e galante e conquistador: uma espiritualidade capaz de realizar todas as coisas, incluindo a representação exemplar da via crucis.