Páginas

segunda-feira, 30 de março de 2009

Patti Smith que ama Rimbaud


Arthur Rimbaud


















Patti, com Mapplethorpe


















Aqui estou eu, sangrando. Podia estar viúva, ou podia estar morta, ou de qualquer outro jeito escondida por trás das grades da cama. O jovem Rimbaud me espreitando com um sorriso no rosto, outra vez o poço da paixão. Nos olhos, uma lágrima de cristal: eu aqui, no quarto, tentando recompor a visão e o coração esfrangalhados. Ele entra e senta na cama, as bochechas rosadas, a barba ralinha, o ar gentil. Acho-o sexy como o diabo. “Como isso aconteceu?”, ele pergunta. Mostro o meu coração e o sangue nas pupilas: um sonho de Rimbaud. Ele treme de medo, eu o acuso, ele chora aos meus pés, anjo bárbaro, eu o amo tanto. Ele me lambe a mão, eu me acalmo.

Nenhum comentário: