domingo, 22 de março de 2009
Jardim dos Suspiros
“Artrópode necrófago”, parecia ouvir do próprio sinuoso escorpião, ali, mexendo com a calda. Revelando sua natureza sobre a lápide empoeirada.
A lua monge longe lançava grossos e densos raios prateados sobre o meu peito arfado, minha tez gelada. Meu obscuro escorpionídeo, ó, estamos somente nós dois nesta necrópole desértica, e eu amo você, meu bichinho, eu sou você! “Ah, é?”
Segui-o, o olhar esbugalhado, apreensivo: o inseto lacrau fugindo por entre as fendas do túmulo, os feixes de luz, a lua com sua luz fria e cinêmica, os fantasmas de anjos, jesus, meu peito batendo rápido e o meu queixo, meus dentes rangiam. Meu coração carregava as mágoas do sexo.
“Demônio antropófago!” Mas quem disse isso? Meu deus, foi você, estranho aracnídeo!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário