1
Você sabe
O amor pede sangue
E sangue dá força
Ela será sua como seu próprio sangue
Derrame-o
(“Ave Maria cheia de graça
Bendita sois vós entre as mulheres
Bendito é o fruto do vosso ventre Jesus”)
Sangue de Cristo, o sangue do mundo
Não o sangrou o próprio deus num cálice de vinho?
Magia e sina dos vencidos
O sangue que corre nas suas veias
No céu, na terra
Nas artérias do coração
(“Santa Maria mãe de Deus
Rogai por nós pecadores
Agora e na hora de nossa morte”)
Amém
Deus salve esses gatinhos egípcios a me fazerem companhia
2
Perguntei ao sultão, pois muito bem, perguntei o quanto lhe custara aquele lindo jogo de xadrez.
– Oh, não me custou nada, eu não ligo para comprar senão um bom livro, por quanto custar – ele me respondeu, cheio de si, e concluiu sem hesitar:
– Eu crio e compartilho, amigo, e o céu tudo proverá!
De fato, aquele pequeno e precioso aparelho fora um presente. Peões pretos de ébano, peões brancos de marfim, um rei não precisa se preocupar.
– Foi o meu amor – disse o meu sultão, com um brilho no olhar. – Ele o havia comprado para si, mas resolveu-mo dar, na verdade, ele nem gosta de jogar!
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Herói
Aqui está o herói. Basta dessa conversa de maldição e obsessores. Desse horror de noites frenéticas e de tardes melancólicas devastadoras. Segurei o destino pelos chifres: – Belzebu! Pisei-o, chutei-o no olho e nas virilhas. Depois cuspi na cara dele. Belzebu. Já era. Dei um pulo e saí voando, com a minha capa azul inflamada.
Proteção
Dafoe, 'A Última Tentação de Cristo'
Então. Nesses brancos obsessivos em que eu não sou mais eu, assaltado que fora por algum espírito petulante e desalmado, nesses momentos – às vezes horas seguidas – eu devo estar me conduzindo por um sopro de vida, que é deus, ainda, eu creio, em meu coração, e que me leva ao acaso pros braços de N. Senhora.
Caveira
Isso que está acontecendo comigo, como explicar? Apagão da memória, mas o que é isso? O que foi que eu fiz das 4h às 6h da tarde, que louco, não lembro nada. Meu cabeleireiro diz que o exu baixou. Começo a acreditar nele. Exu baixou e tomou conta. Uma hora estou bebendo com os amigos, o exu vem e eu não sei mais de nada. Não sei quem toma conta deste corpo – não sou eu. Da última vez, falava inglês fluentemente, e eu não falo o inglês assim tão bem. Nem me lembro disso: eu sonhei, tento voltar ao corpo, mas ali está ele, possuído: não sou eu.
Um amigo disse que fico “agressiva” – assim, possuída. Que coisa. Pombagira! Vou ver o que os caboclos têm a dizer. E o analista, cruz credo!
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