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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pronto pra Tudo

Eu estou pronto pra tudo. Esquecer o passado e continuar seguindo por esse longo e cimentado aqueduto que é a minha trajetória de vida (econômica, familiar, social, literária, religiosa) desde que nasci e desde aquela primeira vez que peguei o lápis e o papel e então comecei a escrever.
Como se eu já soubesse (antes mesmo de aprender a ler e escrever) e só agora estou pronto – calmo e disposto. Sempre estive perto dessa coisa, observando a luz que vinha de fora, os pequenos vagalumes piscando no terraço escuro, o centro de tudo rodando até um ponto vago do meu próprio universo interno e pessoal. Uma boa imagem – o reflexo de um passado, de uma infância, de desejos sagrados e da fera espreitando no mato pra me tomar de assalto, a bela...
Eu sempre soube do perigo – e como isso era a própria vida, quer dizer, intrínseco a ela. Não posso reclamar de nada, nem das maldades, do chute na bunda enfim, o que importa é o aqui e agora e você estar vivo. Olhando os vagalumes lá fora, o vagabundo comendo as suas custas, todo mundo rindo de você e a cidade um lixo. Mas você continua vivo. Então ponha as mãos pro céu e diga suavemente. – Aleluia.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Droga mata

Não quero mais droga nenhuma, te amar eu quero, sem viajar. Nada de ficar alterado porque (...) não dá pra controlar – nos dias de hoje. Você não tem medo?
Ficar aqui ouvindo Serge Gainsbourg e parar de fumar, tudo de uma vez não talvez, mas o cigarro de Gainsbourg. Droga mata – desgasta: paralisa. Ouvindo o Serge Gainsbourg, um cara assim – depois de tanto tempo, será que ele fumava ainda? That’s danger now...
Oh, je t’aime, não vá olhar pra trás e amarelar. Eu já parei, depois o problema foi da Amy Adega, a princesa moura esquecida da própria língua e das possibilidades de (com ela, com a língua pura e afiada) evitar a morte. Hesite, conecte-se com as vibrações lusas e anglosaxãs tão normais entre nós brasilianos, tão freqüentes – e tão urgente pela necessidade de o tempo precisar parar. Pra você poder subir à nave comigo.